Ações são como plantas frutíferas e ervas daninhas.

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Ervas Daninhas e Árvores Frutíferas

Alguns investidores ao se depararem com ações de sua carteira que obtiveram um ótimo desempenho, costumam vendê-las por pensar que elas já estão supervalorizadas. Algumas vezes esta tática dá certo e você consegue recomprá-las a preço mais baixo do que vendeu. Mas se der errado e você “perder o bonde”, a perda poderá ser grande…

Vender ações lucrativas por considerar estas caras e manter as que ainda não subiram e aquelas tiveram desempenho ruim, é o que Peter Lynch chama de: “Regar ervas daninhas enquanto arranca as flores.”

A sua carteira de ações pode ser comparada com um pomar. Existem árvores frutíferas e outras que ainda não deram frutos, seja por doença da planta em si (ramo de negócio ruim, no caso de empresa) ou má administração de quem cuida deste pomar, esta é a típica “empresa administrada por idiotas” nas palavras de Warren Buffett. Estas que não dão frutos podem ser comparadas a ervas daninhas. Elas só servem para atrapalhar a sua carteira de investimentos. Então porque você vende aquelas que obtiveram ótimo desempenho e deixa estas ervas daninhas?

Algumas ações são como árvores frutíferas. Não tem porque vendê-las se dão frutos todos os anos. Mesmo no caso de grande valorização é muito arriscado vender especulando a sua queda. Você corre sérios riscos de não conseguir comprá-la mais abaixo do preço que vendeu. Veja o exemplo a seguir, do que aconteceu comigo em 2009:

Há exatamente 4 anos atrás havia descoberto a EZtec (EZTC3) e fiquei encantando com os seus fundamentos, filosofia dos gestores e sua área de atuação. Como estávamos no começo da crise e as ações haviam despencado, comprei alguma quantidade atingindo o preço médio próximo a R$5,00 por ação. Investi cerca de 50% do meu dinheiro disponível para investimento em ações.

Em 2012, por achar que a EZtec estava cara, vendi as mesmas ações por cerca de R$18,00. Fiquei extremamente satisfeito com o resultado, afinal era uma valorização de aproximadamente 260% em 3 anos. Ótimo não?

Mas na data atual em que escrevi este post, maio de 2013, ela se encontra no patamar de R$30,00. Teria uma valorização de 500% em 4 anos. Significa que ao invés de R$10 mil investidos virarem R$36 mil em 3 anos, estes mesmos R$10 mil se tornaria R$60 mil. Quase o dobro por apenas a diferença de um ano. Sem contar os dividendos. Atualmente o DY (dividend yield: dividendos pagos atualmente divido pelo preço pago pela ação) é de 10% sobre o preço médio que havia pago. 

Mesmo aquelas ações que ainda não subiram, elas sempre irão acompanhar o valor intrínseco da empresa. Se os lucros aumentam e a empresa tem potencial de crescimento, o preço da ação invariavelmente aumentará. Em caso de queda, deve-se comprar mais, a queda de uma boa ação é vista com bons olhos por um investidor de longo prazo.

Por outro lado eu reguei algumas ervas daninhas no começo. Enquanto vendi a EZtec, deixei algumas empresas em setores de qualidade duvidosa, como o de livros,mantendo as ações de empresas como a Livraria Saraiva (SLED4). Este foi o pior erro de investimento que tive até hoje. Pesquise o desempenho da ação e verá o que aconteceu com ela.

Por isso, agora com mais experiência, sou extremamente contra vender qualquer ação que tenha potencial de crescimento, exceto em casos onde se vende uma para comprar outra ainda mais atraente (tomando cuidado para não cortar as árvores frutíferas).

Quando se trata de ações, sou acumulador. Pretendo acumular ações que comprei hoje até o resto de minha vida, enquanto continuar vendo potencial de crescimento para as empresas que invisto. Como diz  Warren Buffett: “O prazo ideal para ter uma ação é para sempre.”

E você deve estar se perguntando: e aquela ação que apresenta deterioração em seus resultados? Qual é a sua filosofia?

Sobre esta ação resta saber se a fase é temporária ou constante. A empresa é líder em seu segmento? A concorrência do setor é grande? O seu segmento está crescendo ou diminuindo? Você realmente vê potencial nesta empresa ou apenas torce para recuperar o seu dinheiro? É uma empresa essencial para as pessoas? Tem boa reputação? Estas entre outras perguntas devem ser respondidas por você para analisar se vale a pena vender ou não determinada ação.

Eu deveria ter vendido a Saraiva pois sabia que o segmento de livrarias estava sendo afetado pela internet (o brasileiro que já não lia, passou a ler menos ainda), e principalmente pela chegada da Amazon no Brasil. Mas infelizmente não arranquei esta erva daninha antes de ela causar um dano considerável ao meu dinheiro.

Sem problemas, o importante é não voltar a cometer o mesmo erro. Espero que você aprenda com estes meus dois erros para que não tenha que ter prejuízo nos investimentos para aprender.

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Gostaria de agradecer aos leitores Augusto e Leonardo. Os seus comentários me motivaram a continuar escrevendo. Muito obrigado e continuem acompanhando o blog!

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Olá, meu nome é Lucas, tenho 35 anos. Sou formado em Administração pela Universidade Fumec de BH, trabalho com Construção Civil e invisto na Bolsa de Valores desde 2009. Sou leitor assíduo de livros sobre Mercado de Ações, Empreendedorismo, e de histórias de superação. Sou adepto ao Investimento em Valor, filosofia de Ben Graham, e uso esse blog como estímulo para sempre buscar conhecimento e motivar outras pessoas para que elas não desistam do que realmente querem. A minha filosofia é de que conhecimento deve ser compartilhado de graça, porque no fim das contas todos saem ganhando. Continue acompanhando os novos artigos, e não esqueça de comentar! Se quiser me achar no Instagram pra bater um papo, é @buyandhold -- Obrigado! -- PS: Siga o blog Buy and Hold no Instagram, Twitter, e Face, clicando nesses ícones aí embaixo. Você não vai se arrepender! :P

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