Jim Collins é considerado por muitos como o sucessor de Peter Drucker. Ser reconhecido desta forma mostra como os seus trabalhos foram importantes para a Administração Contemporânea. Ele escreveu diversos livros, mas os mais reconhecidos são “Feitas para Durar” e “Empresas Feitas para Vencer”. Jim Collins reconhece que, ironicamente, o livro que foi escrito depois, “Empresas Feitas para Vencer” tem idéias que precede o livro que foi escrito primeiro.
“Empresas Feitas para Vencer” questiona o fato de ser ou não possível que empresas boas se tornem excelentes. Enquanto o “Feitas para Durar” trata de empresas que já tem ótimos resultados e querem manter estes excelentes resultados por muitos e muitos anos.
O bom é inimigo do ótimo
Não temos ótimas escolas, principalmente porque temos boas escolas. Não temos um governo excelente – sobretudo porque temos um bom governo. Poucas pessoas levam vidas ótimas, em grande parte porque é tão fácil construir uma vida boa…A grande maioria das empresas jamais se torna excelente, só porque já é suficiente ser boa – e é esse seu principal problema.
Na prática, Jim Collins está correto. Normalmente as pessoas não tem a ambição de melhorar o que já está bom. Se eu já tenho uma empresa lucrativa que me dá uma vida boa, porque eu iria querer que ela cresça, ou que ela dure por 50 ou 100 anos? Por que vou me matar para aperfeiçoar o processo se já tenho um resultado melhor do que os meus concorrentes? Por que quero fazer uma empresa feita para vencer?
Não quer dizer que é errado pensar desta maneira. Seria errado apenas se você quiser construir um legado, e construir uma empresa líder de mercado que dure por muitos e muitos anos. É possível, e você deveria ler este artigo para aplicar as dicas na sua empresa, ou pelo menos para reconhecer as empresas feitas para vencer na hora de investir em ações.
Uma Empresa Excelente
Jim Collins em seu livro considerou que uma empresa excelente é aquela que se tornaram e se mantiveram excelentes por no mínimo 15 anos. O retorno médio acumulado de capital nestas empresas é 6,9 vezes maior que a média do mercado.
Um dólar investido em um fundo de ações destas empresas se transformaria, em um prazo de 35 anos, em 471 dólares. Enquanto o mesmo dólar investido em todas as empresas das bolsas americanas se transformaria em apenas 56 dólares no mesmo intervalo de tempo.
Jim Collins buscou através do seu minucioso estudo, algumas respostas universais que possam ser utilizadas por qualquer organização em qualquer parte do mundo. Por que uma empresa consegue e a outra não?
Collins chegou a 7 conceitos chaves essenciais para que empresas boas se tornem excelentes. Todos serão melhores detalhados em artigos a seguir, por enquanto segue um breve resumo.
Liderança Nível 5: ”Em comparação com líderes de levado perfil e personalidade forte, que fazem as manchetes e se tornam celebridades, os líderes das empresas “feitas para vencer” parecem ter vindo de Marte. Apagados, quietos, reservados, até mesmo tímidos, esses líderes são uma mistura paradoxal de humildade pessoal com firme vontade profissional. Estão mais para Lincoln e Sócrates do que para Patton ou César.”
Primeiro quem… Depois o quê: os líderes das empresas “feitas para vencer” não começam primeiro com a visão e uma estratégia. Eles colocam as pessoas certas dentro do barco, retiram as erradas e só depois decidem para onde o barco vai. A estratégia mais importante, na verdade, é conseguir as pessoas certas.
Enfrente a verdade nua e crua (mas nunca perca a fé): “Aprendemos que um prisioneiro sobrevivente de guerra tinha muito mais a nos ensinar sobre o que é preciso para encontra rum atalho rumo a excelência do que a grande maioria dos livros sobre estratégia corporativa.”
Todas as empresas abraçaram o que viemos a chamar “Paradoxo de Stockdale”: “é preciso manter uma fé inabalável no fato de que você pode e vai vencer no final, a despeito das dificuldades – e, AO MESMO TEMPO, ter a disciplina necessária para enfrentar os fatos mais brutais de sua atual realidade, sejam eles quais forem.”
O conceito do porco-espinho (a simplicidade dentro dos três círculos). Para que uma empresa boa se transforme em uma empresa excelente, é necessário que ela desapegue do “nós fomos feitos para isso”, ou “tem que ser assim”. Só porque seu negócio estratégico está em uma área de atuação, não significa que você deve permanecer nela para sempre, e que você pode ser o melhor do mundo naquilo. E se você não pode ser um dos melhores no seu negócio principal, ele não pode servir de base para uma empresa “feita para vencer”. “Assim sendo, tal negócio precisa ser substituído por algo simples que reflita o profundo conhecimento nos três círculos interdependentes, aos quais nos referiremos posteriormente.”
Uma cultura da disciplina. “Todas as empresas têm uma cultura e algumas empresas têm disciplina, mas poucas têm cultura e disciplina. Quando você tem pessoas disciplinadas, não precisa de hierarquia. Quando tem pensamento disciplinado, não precisa de burocracia. Quando tem ação disciplinada, não precisa de controles excessivos. Quando você combina uma cultura da disciplina a uma ética empreendedora, consegue a alquimia mágica do pensamento extraordinário.”
Aceleradores tecnológicos. A tecnologia não é o fator mais importante, mas também não é dispensável. As empresas sabem selecionar criteriosamente quais tecnologias irão favorecer as suas atividades. Mas nenhuma tecnologia é responsável sozinha pelo sucesso ou fracasso de uma determinada empresa.
O volante e o círculo da destruição. Nenhuma empresa consegue se tornar excelente do dia para a noite. “Não houve ação definidora isolada, nenhum grande programa, nenhuma inovação arrasadora, nenhum sopro solitário de sorte, nenhum instante milagroso. Ao contrário, o processo lembra o ato de rodar incansavelmente um enorme e pesado volante em determinada direção, volta após volta, construindo momentum até um ponto de ruptura, para depois transcendê-lo.”
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