O que é deflação?
A deflação é um inimigo econômico que causa terríveis crises. Ela é marcada por uma queda geral dos preços de produtos e serviços, que por sua vez é causado pela diminuição da quantidade de dinheiro em circulação na economia.
Apesar da diminuição do dinheiro em circulação gerar uma valorização da moeda, a deflação demandará menor quantidade de dinheiro para comprar mais produtos e serviços. Se este fenômeno durar muito tempo, ele pode levar toda a economia a entrar em um espiral deflacionário que causa grandes estragos.
A Causa
A principal causa desta mudança repentina é a queda da demanda agregada por bens e serviços. Menor demanda leva a uma menor produção de bens e geração de serviços, que leva a menor necessidade de empregos para atender a demanda.
Com o desemprego aumentando na sociedade, a demanda por bens e serviços diminui ainda mais, se tornando um ciclo vicioso de deflação que leva toda a economia a um espiral de recessão e desemprego.
Segue abaixo algumas épocas históricas de deflação para mostrar como este inimigo já derrubou diversas economias ao longo do tempo:
Experiência histórica com a deflação
Essas foram uma das épocas mais proeminentes de deflação experimentadas por vários países no mundo:
Pós-Pânico de 1837 – Estados Unidos
Após o pânico de 1837 , que foi estimulada pela insistência dos bancos em aceitar pagamentos em prata ou em moedas de ouro, surgiu um período de cinco anos de recessão econômica nos EUA. A quantidade de dinheiro em circulação na economia diminuiu em cerca de 30%.
A Grande Deflação – Estados Unidos
A Grande Depressão de 1930
A Grande Depressão é, talvez, o mais notório de todos os períodos de deflação. Começou com a catástrofe da queda da Bolsa de Valores nos Estados Unidos em 29 de Outubro de 1929.
Este fenômeno é também conhecido como a Quebra de Wall Street e o dia que aconteceu é conhecido como Terça-Feira Negra.
A Grande Depressão surgiu por diversas razões, como falhas enormes em estruturas financeiras como bancos e mercado de ações, diminuição do dinheiro em circulação pelo US Federal Reserve, decisão de retornar ao Padrão Ouro pela Grã-Bretanha antes da 1ª Guerra Mundial, etc. Os efeitos desta depressão foram sentidos por todo o mundo, com a maioria dos países sentindo a crise em épocas diferentes, entre 1930 e 1940.
A Crise Financeira de 1997 – Ásia
Tudo começou quando a moeda da Tailândia, Thai Baht, teve um colapso, como resultado de uma decisão do governo tailandês de adotar o câmbio flutuante para diminuir a disparidade entre a sua moeda e o dólar. Esta decisão foi motivada pela queda da moeda após longos períodos de crescimento econômico, graças ao mercado imobiliário. A Tailândia já estava com a dívida externa muito grande e o país já estava tecnicamente quebrado. A quebra da moeda apenas adicionou combustível na fogueira do colapso econômico.
Começando na Tailândia, a crise financeira da Asia se espalhou por uma grande parte do continente, incluindo Indonésia, Coreia-do-Sul, Laos, Malásia, Honk Kong e Filipinas, que foram os países que mais sofreram com a crise. Outros países asiáticos como China, Índia, Cingapura, Taiwan, Vietnam e Brunei também sofreram, mas em menor escala.
A Deflação Japonesa dos anos 90
Iniciando no começo dos anos 90, a deflação no Japão foi resultado de uma dissonância de fatores econômicos e demográficos. Entre eles a deflação de ativos, investimento em companhias insolventes, extensão de dívidas insolventes, etc. Além disso, graças a grande quantidade de bancos envolvidos em empréstimos insolventes, as pessoas no Japão preferiam investir o dinheiro em Títulos do Tesouro à contas bancárias, empurrando os bancos para a insolvência.
Outra grande preocupação foi a diminuição populacional. Uma parte significante de japoneses consistem em indivíduos acima de 60 anos. A população tende ao declínio por causa da disparidade entre taxa de mortalidade e de natalidade, fazendo com que a população diminua e o problema demográfico se torne ainda mais relevante.
Crise Financeira de 2007-2010
A recente recessão que balançou a economia global começou com um declínio na liquidez que teve início no setor bancário. A crise ,que causou um desemprego generalizado e níveis de contratação cada vez menores, se iniciou em Dezembro de 2007 até Junho de 2009. Repercussões da crise ainda podem ser sentidas até hoje, apesar de ser em um nível menor do que quando iniciou. Isso explica porque, apesar de a recessão ter terminado oficialmente em 2009, a ameaça de uma reação deflacionária ainda existe.
Como se combate a deflação
Não existe uma fórmula exata para se combater a deflação, porque é necessário muita cautela nas medidas tomadas. Geralmente é combatida diminuindo a taxa de juros, estimulando o consumo através do crédito, equilibrando as contas externas e até imprimindo dinheiro. Na maior parte das vezes é utilizado todas ou mais que uma dessas medidas.
Apesar de opostas, a inflação e deflação são igualmente responsáveis por paralisar uma economia. Se comparada a deflação, a inflação é considerada melhor porque as pessoas não perdem o emprego e contribuem para que a demanda continue crescendo, permitindo com que a produção de bens e prestação de serviços cresça, levando a uma maior necessidade de mão-de-obra e contratação. Na verdade, com um certo limite, uma pequena dose de inflação é até bom para a economia.
Fonte: http://www.buzzle.com/articles/historical-periods-of-deflation.html